Estranho corpo, não me aguenta inteiro
a todo tempo parece que transbordo
às vezes meu coração parece saltar para fora
às vezes minha mente quer ir embora
não sei a que ponto sou a prisão ou o prisioneiro
mas sei que a chave eu não tenho
Talvez eu tenha que esperar
pelo tempo, quem sabe
Pelos truques que essa sabedoria
ambulante e petulante afirma esbanjar
Vou te ensinar a controlá-los
disse a vida, uma vez
Verás a dor como grãos de café
que realçará o perfume que a felicidade exala
E verás no sorriso um escudo
que esconderá sua tristeza
daqueles que não podem desfrutá-la
Me leve daqui eu suplico
e me traga quando puder
Sem resistir, eu explico
não quero ser pedra
mas também não quero ser folha
Pois a pedra não se modifica
e a folha não tem escolha
Quero soprar os ventos da minha vela
Ser o oceano de meu navio
Ser o todo que me contempla
cada gota, cada célula, cada fio
da cruzeta.

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